Tudo começou com o senhor Francisco Carlos de Assis Ferreira, mais conhecido como “Mestre Chico“. Trata-se da figura mais importante da história da banda. Mestre Chico era natural de Cachoeira do Campo e assumiu a banda em 1868, como mestre. Foi o grande responsável pela implantação, fixação e desenvolvimento da música em Cachoeira. Logo, foi uma figura marcante na difusão do ensino de música dentro da banda e pelo preparo de inúmeros músicos que formaram a base da banda durante muitos anos. Por muitos anos, o ensino e formação musical dos músicos da BEC era feita de forma bastante empírica, dependendo muito do esforço e da boa vontade daqueles que se predispunham a ensinar teoria e prática instrumental para os aprendizes (alunos de música). Como aponta Vitorino (198?), essa questão de esforço e boa vontade sobrepunha o próprio conhecimento musical do candidato a professor. Para muitos músicos, era uma questão de dom genético a capacidade de aprender música. No entanto, os músicos reconheciam que o desenvolvimento musical dos aprendizes era tido como resultado de seus esforços e inteligência. Conforme consta em Vitorino (198?), nos primórdios da banda, o mestre era a pessoa responsável pelo aprendizado teórico dos alunos. Nessa época, a BEC não tinha sede própria. O ensinamento era feito na casa do mestre ou na dos próprios aprendizes. Posteriormente, veio uma ferramenta de ensino denominada “Artinha”, que era uma espécie de “apostila” musical escrita manualmente pelo mestre, constando todos os primeiros ensinamentos e instruções sobre teoria musical. Era uma espécie de introdução ao conhecimento teórico musical. Com ela, os aprendizes tinham que decorar seu conteúdo e ainda aprender as escalas musicais. A partir daí, o mestre passava as lições de solfejo, ensinava a parte mecânica do instrumento (como tocar) e, pouco a pouco, os aprendizes iam se desenvolvendo até se tornarem músicos e ganharem a chance para participarem dos ensaios. Ainda de acordo com Vitorino (198?), o ensinamento da música era dividido em quatro horas de ensaios semanais para os músicos, sob a regência do mestre, e três horas semanais para os aprendizes, sob a regência do contramestre. Muitos anos depois, o artifício da “Artinha” foi abandonado e o ensino musical passou a ser feito por músicos voluntários. Eles utilizavam métodos um pouco mais modernos, como o ABC Musical de autoria de Auguste Panseron. Mesmo assim, o ensino musical ainda era bastante enfadonho, pois o aprendiz precisava passar por todo o ABC. Este era repleto de solfejos musicais. Só depois o aluno teria contato com um instrumento musical, muitas vezes, diferente daquele que se interessava. Aprendizes que não tinham paciência ou muito amor à música, era comum a decisão de desistir no meio do caminho. Ainda havia no passado a questão da transmissão, de geração em geração, de conceitos musicais aprendidos de forma errada. Ou seja, o músico muitas vezes passava ao aprendiz alguma informação de teoria musical que ele mesmo aprendeu errado,sem saber, obviamente, que estava errado. Mas, no geral, o ensino musical na BEC, com todos os seus problemas e dificuldades ao longo do tempo, sempre moldou grandes músicos, elevando a excelência musical da banda como uma das mais respeitadas da região dos Inconfidentes (Ouro Preto e adjacências). Referências bibliográficas: VITORINO, Mônica. A Banda de Cima. Série: La vem a banda. Ouro Preto, Instituto de Artes e Cultura/UFOP, 198?. Assim como acontece com outras corporações musicais, a Euterpe ao longo dos anos vai perdendo muitos músicos por razões diversas. Perdas devido a falecimentos, afastamentos por questões de saúde e/ou de idade avançada, mudanças de cidade devido a estudo ou trabalho, profissionalização, etc. Portanto, sempre há a necessidade de reposição das vagas deixadas por estes músicos. É importante destacar que a formação de novos músicos para a banda exige uma infraestrutura mínima adequada para edificar uma escola de música com métodos modernos. Sem isso, resulta numa enorme evasão dos alunos, principalmente jovens, ou sequer a procura e interesse em aprender música. Logo, torna-se fundamental a edificação de uma escola de música sólida dentro de uma banda para dar continuidade à sua existência. Atualmente, a BEC está mobilizando uma comissão interna entre músicos e membros da Diretoria para uma nova reestruturação da escola para o ano de 2018. Sabemos das dificuldades de reerguer a escola, mas está acontecendo. A nova escola terá como objetivos: Em breve teremos mais novidades a respeito.Como surgiu a escola de música da BEC?
Como era o ensino na escola de música da BEC?
A importância de uma escola de música
Escola de Música Mestre Chico – a escola moderna da BEC
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Referências bibliográficas: VITORINO, Mônica. A Banda de Cima. Série: La vem a banda. Ouro Preto, Instituto de Artes e Cultura/UFOP, 198?.Como surgiu a escola de música da BEC?
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